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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

José Américo de Almeida - O homem de Areia


O escritor e político paraibano José Américo de Almeida nasceu no engenho Olho d`Água, município de Areia, no dia 10 de janeiro de 1887, filho de Inácio Augusto de Almeida e de Josefa Leopoldina Leal de Almeida.
         
Iniciou seus estudos no engenho onde nasceu, com a professora Júlia Verônica dos Santos Leal. Após a morte do seu pai, aos nove anos, foi entregue aos cuidados de um tio, o padre Odilon Benvindo, que tentou iniciá-lo na carreira eclesiástica, internando-o no Seminário de João Pessoa. Sem vocação, no entanto, deixou o Seminário e ingressou no Liceu Paraibano e depois na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1908.
         
Depois de formado voltou à Paraíba, onde foi nomeado promotor da comarca de Souza.

Ocupou importantes cargos públicos nas esferas estadual e nacional. Foi procurador-geral, consultor jurídico, secretário estadual das pastas do Interior e Justiça e Segurança Pública (no governo de João Pessoa), governador da Paraíba, ministro da Viação e Obras Públicas, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e embaixador do Brasil junto à Santa Sé, no governo do presidente Getúlio Vargas, exercendo ainda mandatos de deputado federal e senador pelo seu Estado.

Da dir. para esq.: (sentados) GV, Jose americo de almeida, Danto Coelho e Ernani do amaral peixoto, em 1934
Em 1937, foi lançado como candidato à presidência da República, porém em novembro deste mesmo ano, Getúlio Vargas fechou o Congresso Nacional e cancelou as eleições presidenciais, dando início ao Estado Novo (1937-1945).

José Américo afastou-se de Vargas, mas continuou como ministro do TCU durante todo o período do Estado Novo, voltando às suas atividades políticas no final de 1944.

Eleito senador pela Paraíba, em fevereiro de 1945, recompôs-se politicamente com Getúlio Vargas, voltando a assumir o Ministério da Viação e Obras Públicas, cargo que ocupou até a morte de Vargas em 1954.

Candidatou-se à vice-presidência da República, em 1946, mas perdeu a eleição para o senador Nereu Ramos.

Em janeiro de 1947, foi eleito senador pela Paraíba e escolhido para presidir o partido da União Democrática Nacional (UDN), porém, no ano seguinte, desligou-se do partido por divergir de algumas de suas linhas de atuação e fundou, no seu estado natal, o Partido Libertador, pelo qual se elegeu governador em 1950.
José Américo de Almeida inaugurando o Colégio Estadual da Prata em Campina Grande - PB 

Lançou-se candidato ao Senado Federal, em 1958, mas não conseguiu eleger-se, afastando-se então da vida pública. Num retiro voluntário, recolheu-se à sua residência na praia de Tambaú, em João Pessoa, ficando conhecido posteriormente  como o Solitário de Tambaú.

Além de político, José Américo também se destacou como escritor. Escreveu várias obras, porém sua obra-prima é o romance regionalista A bagaceira, lançado em 1928 e, atualmente, com mais de trinta edições em língua portuguesa e traduções para diversos idiomas, entre os quais o espanhol, o inglês, o francês e o esperanto.

Em 1967, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, na Cadeira 38, cujo patrono é Tobias Barreto, sucedendo ao professor Maurício Medeiros.
Foi colaborador da Revista Era Nova e do jornal A União, de João Pessoa, na Paraíba.
Quando se afastou da vida pública, dedicou-se a escrever suas memórias, publicando O ano do nego, em 1968, Eu e eles, em 1970 e Antes que me esqueça, em 1976.

Foi homenageado pela União Brasileira de Escritores, em 1976, com título de O Intelectual do Ano, recebendo o troféu Joça Pato.
Obra Literária publicada em 1923


Publicou dezessete obras: Reflexões de uma cabra (1922); A Paraíba e seus problemas (1923); A bagaceira (1928); Ministério da Viação no Governo Provisório(1933); O ciclo revolucionário do Ministério da Viação; O boqueirão; Coiteiros (1935); As secas do Nordeste (1953); Ocasos de sangue: crônicas (1954; Sem me rir, sem chorar(1957); Discursos do seu tempo (1964); A palavra e o tempo (1965); Ad imortalitatem(discurso de posse na ABL, 1967); O ano do nego(1968); Graça Aranha, o doutrinador: ensaio (1968); Eu e eles (1970); Quarto minguante: poesia (1975); Antes que me esqueça (1976).

José Américo de Almeida morreu no dia 10 de março de 1980, em João Pessoa, capital da Paraíba.

Museu José Américo de Almeida (Sua antiga residencia)


 Depois da sua morte, a casa em que vivia foi transformada em museu, guardando as mesmas características de quando nela residia. Hoje o Museu José Américo de Almeida faz parte da Fundação José Américo, órgão cultural mantido pelo Governo da Paraíba.

Documentário breve contando a sua história

         


      Recife, 28 de julho de 2005.
               (Atualizado em 28 de agosto de 2014).


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